Hoje eu participei de uma conversa na rádio Mega Brasil sobre Networking, a convite do Thiago Ermano. Eu realizo vários eventos de networking, uma forma de conhecer outras pessoas e ser conhecido por outras pessoas e claro, gerar negócios. Infelizmente tem gente que fica nesses eventos, andando de um lado pro outro, estampando um “sorriso amarelo” e distribuindo cartões de visita na esperança de que uma oportunidade mágica caia do céu.
Não teve jeito, eu fiquei pensando que a melhor rede de relacionamentos que já fiz foi resultado de uma curiosidade genuína sobre as pessoas que cruzam meu caminho.
Já perdi a conta de quantas pessoas eu conheci nesses últimos anos, trabalhando em iniciativas de apoio ao empreendedorismo digital no Brasil. Há cerca de 4 anos eu comecei a reservar um tempinho na agenda e convidar uma pessoa por semana para tomar um #CaféComigo. Foi assim que comecei a mapear as pessoas que eu queria convidar para esses “cafés”. Esses encontros são um convite para fazer uma pausa na rotina, conversar sem querer algo em troca, com um jeitinho bem mineiro de conhecer a história da outra pessoa.
A vida aqui em São Paulo tem um ritmo intenso, as pessoas estão sempre correndo, e ninguém tem tempo pra nada. Por isso quando alguém reserva um pouco de tempo pra tomar um #CaféComigo eu considero que é uma dádiva. Nesses encontros eu quero conhecer mais de perto as pessoas que cruzam meu caminho, uma conversa que vai além do cargo que se ocupa, da empresa que você trabalha, da faculdade que você se formou. Nós somos muito mais que esses “títulos”, somos os livros que lemos, as viagens que fizemos, os desafios que superamos, somos resultados das conexões que fazemos. Cada encontro é regido por uma energia própria, uma história única… por mais que as pessoas sejam diferentes, com certeza há sempre a descoberta de um ponto em comum, e eu chamo isso de conexão. O melhor dos cafés são as pessoas.
Se eu pudesse te dar dicas sobre networking,a primeira delas é: trate as pessoas como pessoas, e não como contatos. Conhecer a história do outro é a primeira oportunidade para uma amizade. Quero saber onde você nasceu, qual sua comida favorita, o que gosta de fazer nas horas vagas… será que temos algo em comum? Todos saem ganhando quando fazer amigos, tem mais valor do que fazer contatos.
É interessante encontrar as pessoas para um café, e de quebra conhecer novos lugares, novos sabores e novas pessoas, é aí que a conexão emocional que acontece. Uma oportunidade para compartilhar aspirações, objetivos, conhecer os desafios que as pessoas enfrenta atualmente. Estar disposto a ouvir, muitas vezes com o coração. Pense em quantas vezes você esteve em uma conversa, simplesmente esperando que a outra pessoa pare de falar para que você continue a falar algo. Ouvir o outro é uma oportunidade de aprendizado.
Eu gosto de contar minhas histórias também, é a forma mais fácil das pessoas gravarem o meu nome, as minhas características, e o que me difere das outras pessoas que elas encontram no dia-a-dia.
Sobretudo sinceridade. Mentir dá trabalho e tem “perna curta.”
A nossa reputação é construída a cada instante, e é nosso maior ativo. Se você diz que vai fazer algo, faça. Se você chegar um acordo, cumpra da melhor maneira possível. Não gaste tempo falando mal de outras pessoas, isso atrai energias negativas e não acrescenta nada. Cuidado com as pessoas oportunistas, eu sempre que posso, fujo delas.
O resultado de tudo isso, é viver o networking o tempo todo. Não é uma coisa que você faz, mas algo que você é. Networking é troca.
Eu acabei percebendo que muito antes de fazer esses cafés, eu já era um tipo de pessoa que conversa com praticamente todo mundo. Eu virei amiga do porteiro do prédio e já até comprei um hinode na mão dele. Gosto de conversar com o taxista de apelido Xororó, que tem esse apelido não só pelo corte de cabelo que usa, mas por que adora cantar um sertanejo. Às vezes me pego rindo com a Mirtes, motorista do ônibus na volta do trabalho, e até tenho uma certa admiração pela escolha que ela fez para ser motorista do busão…